Estou tão ébrio que mal me detenho de pé. A graça do meu reflexo é esta: vejo-o como um instante. Vejo-me fraccionado. Selecciono a luz e o instante, imobilizo-me e todo eu consigo ser o que não sou e tudo à minha volta consegue disfarçar a decadência em fausto.
Não é loucura nem verdadeiramente fingimento... é bebedeira e superlativa capacidade de parar a luz e o tempo. Um dia um sábio descobrirá que tempo e luz são o mesmo, algo que institivamente sei, embora não saiba explicar.
Tal como a poesia e a arte não se explicam: Só os aborrecidos querem e tentam explicá-las. Para que serve explicá-las? Ambas têm de ser sentidas antes de explicadas. Se não o forem de nada serve a explicação. Se tocarem não precisam de legenda. Por que terei eu de explicar o que instintivamente sei? Sei que luz e tempo são o mesmo.
Não é loucura nem verdadeiramente fingimento... é bebedeira e superlativa capacidade de parar a luz e o tempo. O meu modo não é real, mas apenas um instante e todo o fausto uma encenação decadente que não dura. Antes de expirar desta respiração tombarei ébrio e todo este cenário cairá comigo.
1 comentário:
ei, está retornando ao João dos textos que gosto. ;)
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