digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, abril 07, 2007

Alameda

Não sei a que distância está o sonho da luz do mar. Acordei quando percorria uma alameda de abetos e quase voava sobre as folhas caídas no intervalo entre as árvores. Vinha do mar e ía para o mar. Estava um céu escuro e estava numa península estreita, numa lugar de sereias e outros encantamentos.
Nos sonhos também se sonha e naquele sonhava. Que grande conquista, o direito a não voar. Não sei se me lamentava ou celebrava. Recordo um céu muito escuro quase a partir-se e eu voando numa alameda, coberta de folhas, ladeada por abetos.
Havia sossego. O sossego dos amores antigos e eternos e um ventos morno vindo de frente. De um lado o mar e do outro também. Era uma península estreita e, dum lado ao outro de terra, uma alameda de abetos, sobre ela um céu negro de trovoada. Eu voada e talvez fosse o último a fazê-lo. Sonhava voando, rodopiava com o vento pela frante, entre uma frente de mar e a outra, sobre a alameda de abetos.

1 comentário:

perdida em Faro disse...

Belo texto, bela descrição, belo retratar de um espaço onde apesar de nunca ter estado já estive. Em sonhos pelo menos já percorri esta alameda.OU outra que se desenhou num sonho meu.
Vou levá-la ao meu ecoponto está bem João???
Olha, já levei. Obrigada.