digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, março 13, 2007

Os amores de fogo e cinza

Vulcano também faz amores na sua forja. É por isso que há paixões talvez cruas, pequenas e imperfeitas, mas telúricas como tremores de terra e que deixam marcas no tempo, que se guardam por muito tempo no coração. Os amores de Vulcano são de matérica, feitas de terra, de ferro e de fogo, resistem aos anos com ternura e raiva, mas não à doçura dos dias. Depressa voltam à cinza, mas até a cinza sobrevive, voa e impressiona os olhos. São amores que se temem e se desejam: paixões taçvez cruas, pequenas e imperfeitas, mas telúricas como tremores de terra.

Nota: Retrato do idílio amoroso de Vénus e Vulcano.

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