digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, março 11, 2007

A calma depois da vida

Tenho saudades do tempo em que roubava beijos às escondidas, não tenho saudades de roubar beijos às escondidas. É este um sinal da velhice, tão nítido como ter esfumado o contorno das nuvens no céu e negligenciar o perfume da chegada dos dias soalheiros. A velhice começa quando se tem saudade dela mas não se quer viver-lhe os dias.
De Augustina lembro as tardes... de Teresa recordo os entardeceres... de Maria evoco as ceias... de Angelina ainda celebro o leito... Ai, Angelina! Depois vieram mil mulheres. Em seguida tudo acalmou, um casamento, dois casamentos, três casamentos, muitas infidilidades, certamente mútuas e até consentidas... quantas loucuras. Agora é o tempo de recordar quando brincava de baloiço e seduzia para um dia namorar. É o Outono a acabar.

1 comentário:

as velas ardem ate ao fim disse...

Recordações, amores...Primavera.

Muito bonito.Agora velho???!!nem pensar.

bjinhos