digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, março 29, 2007

O outro lado

Como será o mundo do outro lado? Haverá exclamações por cada interrogação deste hemisfério e estarão lá as raízes das árvores de cá?
Encontrei um depósito de trovões. Estavam serenos, recostados em melancolia tépida, esperando pela próxima tempestade. Como são serenos os trovões quando não se lançam sobre a terra!... Nuvens de água muito quente serviram-me de almofada para os dias azuis de toda a felicidade quieta.
O outro mundo não é o outro lado da esfera celeste nem o outro lado da Terra. Não posso jurar que tenha estado na parte de baixo do mundo, mas só na parte imaterial. Sei que não se cai, porque o magneto agarra os pés, mas desconfio da outra parte da Terra. Haverá monstros ainda no mar e répteis na crosta. Demasiadas aventuras para um temeroso imortal.

1 comentário:

moonlover disse...

Gostei mt de visualizar:

núvens de água mt quente serviram-me de almofada para os dias azuis de toda a felicidade quieta.

Mais um texto que soube-me tão bem;)