digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, fevereiro 13, 2007

A abominável

Fórmulas matemáticas em poliuretano. Projecções estatísticas em latex. Construções de equações em PVC. Não aguento mais a maldita matemática! Há um gás que não me deixa respirar. Sinto os anéis duma serpente constritora a apertarem-me o corpo. Estou encadeado pela luz opressiva de faróis potentes. Tentam levar-me a personalidade lavando-me o cérebro, fazendo-me crer que o quadrado da hipotenusa é igual à soma do quadrado dos catetos. Não sei fazer contas com fracções, mas sinto-as a subtrairem-me minutos de vida. Quando sinto a sua presença fico com demência mórbida. As minhas contas obecem a mistérios numéricos, oiço-as sussurrarem coisas no género: k=\frac{1}{1+rate}...
Porém sei, que além de toda a bestialidade da matemática há a poesia, a arte e a alegria. Ainda que saiba que é uma doença que vive em tudo, fito-a nos olhos e não a desafio. Sorrio-lhe e volto-lhe as costas. Sou muito feliz sem ela. Hoje e amanhã.

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