Fórmulas matemáticas em poliuretano. Projecções estatísticas em latex. Construções de equações em PVC. Não aguento mais a maldita matemática! Há um gás que não me deixa respirar. Sinto os anéis duma serpente constritora a apertarem-me o corpo. Estou encadeado pela luz opressiva de faróis potentes. Tentam levar-me a personalidade lavando-me o cérebro, fazendo-me crer que o quadrado da hipotenusa é igual à soma do quadrado dos catetos. Não sei fazer contas com fracções, mas sinto-as a subtrairem-me minutos de vida. Quando sinto a sua presença fico com demência mórbida. As minhas contas obecem a mistérios numéricos, oiço-as sussurrarem coisas no género: ...
Porém sei, que além de toda a bestialidade da matemática há a poesia, a arte e a alegria. Ainda que saiba que é uma doença que vive em tudo, fito-a nos olhos e não a desafio. Sorrio-lhe e volto-lhe as costas. Sou muito feliz sem ela. Hoje e amanhã.
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