digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Morte complicada

Já tenho corda e árvore. Sei fazer nós. Falta-me um pescoço para me enforcar.
O suicídio dos meus dias não acontece por impossibilidade corpórea. É triste! Ainda que tivesse pescoço... o que me aconteceria? Morreria? Morre-se quando não se tem coração ou quando este ficou esquecido sob uma pedra ou escondido numa cidade mais a Norte?
Não sei se tenho mais dias à frente do que tenho para trás. Sei que a vida pertence-me, mas não o meu corpo. Não posso estragar nem acabar com ele. Preciso dele no dia-a-dia.
Vou parar de respirar a ver se morro... Das duas uma: ou desmaio e volto a respirar ou passo-me e continuo a viver. Posso cortar-me e esvair-me, tombar-me sem sentidos. Dirão que estou morto, mas continuarei vivo. Porque a maior injustiça da vida é não se poder morrer!

1 comentário:

Anónimo disse...

"Porque a maior injustiça da vida é não se poder morrer!" Não é nada JB...é viver infeliz, não gozar a vida em pleno é que é uma grande injustiça! ;)