Já tenho corda e árvore. Sei fazer nós. Falta-me um pescoço para me enforcar.
O suicídio dos meus dias não acontece por impossibilidade corpórea. É triste! Ainda que tivesse pescoço... o que me aconteceria? Morreria? Morre-se quando não se tem coração ou quando este ficou esquecido sob uma pedra ou escondido numa cidade mais a Norte?
Não sei se tenho mais dias à frente do que tenho para trás. Sei que a vida pertence-me, mas não o meu corpo. Não posso estragar nem acabar com ele. Preciso dele no dia-a-dia.
Vou parar de respirar a ver se morro... Das duas uma: ou desmaio e volto a respirar ou passo-me e continuo a viver. Posso cortar-me e esvair-me, tombar-me sem sentidos. Dirão que estou morto, mas continuarei vivo. Porque a maior injustiça da vida é não se poder morrer!
1 comentário:
"Porque a maior injustiça da vida é não se poder morrer!" Não é nada JB...é viver infeliz, não gozar a vida em pleno é que é uma grande injustiça! ;)
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