digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Cor impossível

Quero uma cor impossível para os meus dias e chorar, porque as ramagens da árvore, sob a qual me abriguei, são tão ralas quanto as de qualquer outra quando chove.
Quero uma noite cor de noite para as minhas noites e um frio ventoso para que me enrole e aninhe. Não há paz nem sossego no estio.
Velo ansioso. Espero sinais luninosos e sonho de olhos abertos ao passar das estrelas candentes. Se ao mesnos as flores da minha árvore desabrochassem de noite... poderia acreditar na vida.
Quero uma cor impossível para os meus dias possíveis, na impaciência e na resignação. Se ao menos as flores da minha árvores desabrochassem diante de mim e os pássaros, felizes ou assustados, debandassem em voo... Se ao menos houvesse uma ventania de esperança em vez das ilusões e das dores... Se ao menos o céu tivesse uma cor impossível...

Sem comentários: