Os dias da minha intranquilidade são feitos de certezas. Não tenho abrigo para a inquietação.
Só a noite traz uma certa calma, porque o sono deixa-me ir até à morte. Volto pela manhã ao corpo repousado na cama. Adormeço ansioso, desejoso que cada sono seja o último duma vida. Desiludo-me nos despertares e vejo toda a dor em mim. Sou cego de esperança. Não vejo além da parede, limite do desassossego.
Não tenho piedade de mim, tenho pena. Choro-me pela loucura, pela certeza das dores e cegueira de esperança.
4 comentários:
Que és maluco já toda a gente sabia
isto da loucura aumenta c a idade ;) eheh
a pintura é fantastica e a tua interpretação magnifica :-)
"Não tenho piedade de mim, tenho pena. Choro-me pela loucura, pela certeza das dores e cegueira de esperança."
O despertar para uma loucura é difícil mas o pior é mesmo a sua consciência que inevitavelmente arrasta consigo uma reflexão acerca de...
e mais loucura.
A espiral que não nos deixa dormir é a pior que nos leva a acordar. Mais densa e mais real do que a deixámos enquanto sonhávamos com algo bem mais fácil de entender...
João BArbosa: gostei da imagem e da imagem que o texto acompanha. Obrigada.
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