digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Intranquilidade

Os dias da minha intranquilidade são feitos de certezas. Não tenho abrigo para a inquietação.
Só a noite traz uma certa calma, porque o sono deixa-me ir até à morte. Volto pela manhã ao corpo repousado na cama. Adormeço ansioso, desejoso que cada sono seja o último duma vida. Desiludo-me nos despertares e vejo toda a dor em mim. Sou cego de esperança. Não vejo além da parede, limite do desassossego.
Não tenho piedade de mim, tenho pena. Choro-me pela loucura, pela certeza das dores e cegueira de esperança.

4 comentários:

Anónimo disse...

Que és maluco já toda a gente sabia

Folha de alface disse...

isto da loucura aumenta c a idade ;) eheh

moonlover disse...

a pintura é fantastica e a tua interpretação magnifica :-)

perdida em Faro disse...

"Não tenho piedade de mim, tenho pena. Choro-me pela loucura, pela certeza das dores e cegueira de esperança."

O despertar para uma loucura é difícil mas o pior é mesmo a sua consciência que inevitavelmente arrasta consigo uma reflexão acerca de...
e mais loucura.
A espiral que não nos deixa dormir é a pior que nos leva a acordar. Mais densa e mais real do que a deixámos enquanto sonhávamos com algo bem mais fácil de entender...

João BArbosa: gostei da imagem e da imagem que o texto acompanha. Obrigada.