digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Azul tardio

Sinto uma pressão imprópria de azul tardio que me consome o nervo. Tenho um afogamento à vista, um sufoco antecipado, por esta tarde ser tão bela e eu estar ainda distante do horizonte.
Os minutos vão curtos, levados pelo vento de gotícolas salgadas. Os minutos vão dolorosamente curtos, avivando as cores da vida, dizendo-me que vou baixar-me à terra antes do fim da noite.
Ainda ontem fui ao Bugio a pé e já é hoje pelo fim da tarde. O céu limpo é agora uma maravilha autoritária. Todos estes anos voaram leves com o vento e uns tantos mais irão escoar-se céleres. É uma agonia de vida, a vida.

2 comentários:

Folha de alface disse...

o tempo passa e o azul voa

perdida em Faro disse...

Não vejo o tempo mas sinto-o em mim e o pior é quando sinto a agonia da vida e do seu tempo que é mais pesado que o meu...esses minutos com uma leveza que trazem o peso do mundo..