Sinto uma pressão imprópria de azul tardio que me consome o nervo. Tenho um afogamento à vista, um sufoco antecipado, por esta tarde ser tão bela e eu estar ainda distante do horizonte.
Os minutos vão curtos, levados pelo vento de gotícolas salgadas. Os minutos vão dolorosamente curtos, avivando as cores da vida, dizendo-me que vou baixar-me à terra antes do fim da noite.
Ainda ontem fui ao Bugio a pé e já é hoje pelo fim da tarde. O céu limpo é agora uma maravilha autoritária. Todos estes anos voaram leves com o vento e uns tantos mais irão escoar-se céleres. É uma agonia de vida, a vida.
2 comentários:
o tempo passa e o azul voa
Não vejo o tempo mas sinto-o em mim e o pior é quando sinto a agonia da vida e do seu tempo que é mais pesado que o meu...esses minutos com uma leveza que trazem o peso do mundo..
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