digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Folhas de papel, folhas de tabaco












































Um amor grande pode não ser absoluto. Romeu amou Julieta como esta o amou a ele, até ao êxtase e à imensidão. O limite foi o fim. Pode morrer-se de amor como de cancro do pulmão. Não consta que nenhum deles tenha fumado charutos.
Sancho Panza amava Don Quixote? Era seu escudeiro, carregava-lhe a vida, aturava-lhe a loucura, sonhava-lhe a fortuna e uma vida melhor. Nunca lhe deu a fumar um charuto.
Amor, desamor, intriga, traição e vingança... houve de tudo na vida de Edmond Dantes, conde de Montecristo. Nas linhas que narram todo o seu sofrimento não consta o do fumador nem o desejo de alguém por um charuto.
Que graça têm as folhas de tabaco enroladas? Tanta quanto um soco bem assente. Será essa a relação entre um murro e um charuto?
Há coisas quase imortais na vida, esquisitas, que gostam de se arrimar. Por interesse? Por genialidade? Tanto faz!

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