digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, janeiro 13, 2007

Depois da caça

Chego a casa ébrio. Todos os dias, depois da noite. Depois da noite de caça.
Chego a casa ébrio. Hoje é de vinho, poderia ter sido sangue. Chego a casa depois da caça.
Saio do corpo e vejo-me chegar a casa. Sempre ébrio. Sempre no limite da violência. Depois da caça. Saio do corpo ao deitar-me.
Saio do corpo e vejo-me como fui e sei como me desejei. Todos os dias chego ébrio e saio do corpo. Vejo-me depois da caça, ensanguentado de vinho ou de sangue. Todos os dias, depois da noite.

1 comentário:

Lia disse...

:)