digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, novembro 07, 2006

O meu futuro

Penso deixar de roer as unhas. E também de as cortar. Quero que as minhas mãos se tornem inúteis, a prazo. Quero que se tornem ridículas, em breve.
No incómodo roçarei com elas em superfícies ásperas e agrestes, mas só a pele e a carne, nunca as unhas, para que cresçam louçãs e se encaracolem. Se tenho o futuro escrito nas mãos, que seja em carne viva. Se está escrito na pele, que se torne ilegível.
Não há dor que não se aguente ou indisposição que não se disfarce nem extravagância que não se orgulhem os tolos e os diletantes. Penso deixar de cortar as unhas e de fazer a barba e tornar-me no mais arrogante indigente de Lisboa, quiçá do país ou de qualquer outra fronteira. Estarei despudoradamente sem futuro para ler nas mãos, só carne para infectar ou morder.

2 comentários:

Folha de alface disse...

tb ficas bem com barba por fazer e de ténis, sem aquele ar de "betinho" dos domingos de manhã ;)

Folha de alface disse...

ah e cuidado c essas unhas! ainda arranhas alguém..