Afinal o que importa é estares vivo, mesmo que tenhas morrido hoje!
Lembro-me como se fosse hoje aquela tarde de conversa que tivemos na Brasileira. Tu estavas em casa e eu não era nascido. Mandaste-me educadamente calar e eu virei-me para outro lado qualquer, ainda longe de poder sonhar. Talvez já sonhasse, mas não sonhava em que um dia sonharia contigo e muito menos no dia da tua morte.
Afinal o que importa é estares vivo! Afinal não se morre! Vais continuar a pintar e a dizer a tua poesia com a mesma cruel acutilância dos poetas maiores. Gosto da tua verdade. Gostei de ti na primeira vez que te vi, naquela vez na Brasileira do Chiado, ainda estava eu por nascer.
Afinal o que importa é não se morrer... E agora, lá fora, ri de tudo!
Nota: Este texto é dedicado a Mário de Cesariny.
5 comentários:
Belissimo.
Bjinhos e boa semana
Nunca será um cadáver esquisito... Belíssima homenagem, João. Beijo enorme.
Sem palavras!
Curioso como eu e tu, duas pessoas que não se conhecem de parte alguma, escrevem sobre o mesmo tema, uma dedicatória em relação à morte de alguém que ambos respeitamos e falamos da mesma coisa, ou seja lemos, ou pelo menos já sentimos um seu verso de uma forma semelhante...gostei muito do teu texto, gosto muito de Mário Cesariny, também não o vejo morto...
os grandes são assim: imortais
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