Queria tudo azul. O mundo é inteiro em azul. É essa a cor do Tejo em Lisboa e são assim os seus dias. É também cobalta a madrugada no Mar da Palha e em tons prussianos a sua noite.
Não sei como se rasga a água, de que é feita a espuma salobra do Tejo. Não me deixei ser marinheiro. O Tejo não tem águas brandas e os ventos são aflitos. Queria um rio ainda mais largo para o alcançar com pontes mais vastas.
Não vi golfinhos nem fragatas nem varinos a encantarem as águas azuis do Tejo. Mas são tão azuis hoje como os encantos de então. Tenho saudades de Lisboa quando passo a noite fora. Não há frio que me amedronte quando perco os passos nos cais... E o rio vai para o Atlântico como quem faz um filho ao mar. Não me entedio de ver.
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