digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Outono

Queda! Ondas de choque concêntricas. Um frio só de olhar, um desconforto íntimo, melancolia e memória dos dias tristes da escola primária, pés ensopados de muitos dias a correr. O cheiro das folhas caídas, das ervas, da terra, dos castanhos, dos vermelhos e dos chãos escorregadios. O brilho das pedras, espelho de águas, aconchego da mãe, mais infância, muita infância, muito cuidado, muito mimo. Nostalgia e silêncio. Uma voz interior calada e outra a falar baixinho e pausada. Olhar para baixo. A primeira roupa quente, suor, desconforto, sinal de resfriado, confusão, confusão de tempo, ainda há pouco era Verão e já não tarda para o Natal, já se vêem as instalações das luzes. Castanhas assadas, bruma, chuva. Queda! Ondas de choque!

1 comentário:

Azzrael disse...

A aproximação à minha época do ano favorita... O tempo que nem é quente nem é frio... O cheirinho da castanha assada, as primeiras chuvas. A cor das folhas, o barulho das poucas aves, o tempo em que quase ninguém passeia na praia e ela fica só para nós...
Adoro a chegada do Inverno!!!