digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, outubro 12, 2006

O largo das arcadas

A luz não me aquece e quando assim chega sei que é quase Inverno ou quase noite ou quase frio. O resguardo de pedra não aquece nem a pedra se encalora com o Sol que bate desta maneira de cor quente. A luz aquece-me a alma, é o calor que entra pelos olhos, são passos encostados à família e às antiguidades, é segurança. Corro, corri e andarei de bengala sobre as pedras onde correram, andaram e caíram os meus bisavós. Arcadas entre a infância e a outra vida. Arcadas entre gerações, entre vidas. Muitas vidas temos todos. Este calor é família. Não é outro calor.

1 comentário:

Anónimo disse...

Belo, belíssimo, João querido. Um dia quero escrever como tu!