digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Desesperação

Será que se te mandar um miminho não vais cair da vida abaixo? Será? Será? Será? O que fôr, será? Tenho poucas palavras na boca. Hoje! Não sei o que mais te hei-de dizer. Não sei. Não sei e não sei. Mil vezes não sei. Tremo por pensar em ti. Tremo por pensar em mim. Tremo por só pensar em nós. Tremo por pensar na vida sem ser um com o outro. Será que se te mandar um mimimnho não vais cair da vida abaixo e abateres-te sobre mim com fúria e raiva? Tenho medo de ti. Fiquei com medo de ti. Ganhei medo na outra noite, na do desespero, na da ruptura em claridade, na da insónia, na dos gritos abafados. Ganhei-te medo, o que quer dizer perdi-te. Será que posso mandar-te um miminho? Hoje?! Onde posso pôr os pés e que espaço pode ocupar o corpo e onde me deixas ir o pensamento? Tenho-te muito medo, porque tens a porta aberta para entrar e és ainda benvinda. Tenho-te medo, porque desarrumaste-me as linhas, vandalizaste-me a fechadura da alma, mataste-me um dos meus sorrisos, pisaste beijinhos, calaste-me e não me ouviste. Tenho-te medo e és benvinda em mim. Será que posso mandar-te um miminho sem me derrubares com nova violência? Será? O que fôr, será! Que seja!

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