digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Entre astróides

Quero ir para o espaço. Quero viver em gravidade zero. Quero que as minhas palavras não se oiçam. Que se façam ouvir apenas na minha cabeça. Na ausência do peso, vou crescer e o sangue fluir como quiser. Não sei se morrerei no espaço. A eternidade faz-se de ausências. No lado de fora, do outro lado do vidro, a escuridão e talvez um vislumbre de luz. O voo todo. A solidão e a fome. Quero ir para o espaço e deixar-me estar flutuando até ser, novamente, um habitante eterno, um viajante espacial, feliz entre astróides, liberto de corpo, solto na alma e esquecido do coração. Quanto mais livre, mais livre. Quero viver no espaço.

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