digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, outubro 08, 2006

Apesar do Outono

Apesar do calor, chegou o Outono, um tempo de despedidas. Deixo por aí uns tantos beijos como se fossem verdades ou folhas, deixo-os a voar e sei que chegarão a quem pertencem.
Apesar do adeus, tenho o coração no mesmo sítio e de lá não o tiro. Os meus olhos cruzam o céu e também choram. A traquinice do olhar tempero-a com os bastantes cabelos brancos que me vão pela cabeça e barba.
Apesar da traquinice do meu olhar noto-te uma infância nessa fuga... nessas tuas fugidas. Andas sempre a correr e passaste a vida fugir. Em dia algum encontrarás as tuas costas e jamais te conseguirás verdadeiramente abraçar. Apesar da traquinice no meus olhos, vejo com cansaço a repetição das tuas fugas.
Apesar do calor, este é o tempo do frio a chegar. É um tempo de despedidas, mas não é fugas. Estou aqui a abrir os braços e com os beijos contados. É Outono e, apesar disso, há calor.

3 comentários:

Anónimo disse...

Eu que sou a menina dos extremos nisto sou de meios termos e prefiro o Outono ao Inverno e a Primavera ao Verão. Eu continuo a gostar dos teus textos e da tua fantasia semi-real. Eu continuarei a passar por cá, Outono e Inverno adentro em busca deste calor de sentimento, deste morninho que as tuas palavras me dão.
Fica bem.

Folha de alface disse...

windo :)

Anónimo disse...

'Deixo por aí uns tantos beijos como se fossem verdades ou folhas'- bolas, só me apetece citar-te! Lindo, lindo!