digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, setembro 05, 2006

Luz na cabeça

Não sei que fedor deixaria sair se me abrissem a cabeça... tenho algumas ideias muito porcas! Tenho outras de enternecer cordeirinhos. Se me retalhassem o crâneo e os pensamentos escondidos se aclarassem o que se veria?
Gatos aos pulos, muitas garrafas de tinto e algumas de branco, pneus de carro de Fórmula Um, galhardetes do Belenenses, pontapés nas costas, vómitos em sessões solenes em cima de alguns notáveis que não gosto, muitos beijinhos de muitas formas, feitios e dedicatórias, gordura a perder, petiscos a adicionar, viagens por fazer, percursos realizados, memórias felizes (as infelizes dissolvem-se na luz), embirrações contra os mal-educados, abraços e abracinhos, colecções variadas, brasões por inventar, dragões e bestas feras, fogo frio, o coração largado numa caixa em Edimburgo, diferentes cores de olhos, fato do Diabo, trajo de cardeal, uma confusão de músicas, as minhas namoradas todas e todas as palavras doces que não lhes disse a tempo.
Julgo que seria tudo.

3 comentários:

Anónimo disse...

Gostei da descrição da visão, muito bem construida e descrita.

Cumprimentos

Folha de alface disse...

pois é...o tinto (e o branco tb) sobem à cabeça num instantinho...hics

perdida em Faro disse...

Eu só espero primeiro que não te abram a cabeça e depois que guardem todas estas palavras que ficam e funcionam tão bem quando juntas...por ti!