digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Do castelo para baixo

Fecho-me na parte de fora do dentro e vomito as memórias para não ter passado, quanto mais as dores. No cimo da torre faço vertigem e imagino-me em suicídio para ver morrer-me longe dos braços e esquecido, prepotente na vontade e egoismo.
Fecho-me na parte de fora do dentro e ainda que chova e me molhe não deixo de estar dentro e só. Corro pelas muralhas e deixo-me cair nos tropeços e espreito pelas ameias para a paisagem vazia ou indiferente. Abro-me para o espaço do dentro onde nada é diferente do quero.
Fecho-me na parte de fora do dentro e encosto-me à pedra tão fria quanto à que está do lado de fora. Encosto-me e deixo-me cair para sentir a rugosidade da morte, as lágrimas e a solidão da morte. Grito onde ninguém me pode acudir, porque estou no lado de dentro do eu. Estou onde quero e onde não sei sair.

2 comentários:

Folha de alface disse...

beautifuli!
bjitos mr desaparecido

João Barbosa disse...

desaparecido? eu? porquê?