digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, agosto 03, 2006

A violação

A violação é uma arte! Não basta ser-se grande e forte... nem bruto. É preciso ser-se insensível e amoral. Vou contar-vos da minha técnica de violação:
Quando a noite cai vou para umas escadas duma rua iluminada para não levantar suspeitas e deixo que a luz ilumine os meus dentes. Ao passar uma mulher - uma qualquer - salto-lhe para cima como um gato sobre um rato, pouco me importando que grite, pois a bruteza com que a agarro é tal que me convenço do seu prazer. Se alguém aparecer serei o melhor dos amantes a encostar na namorada.
Fiz o mesmo na Polónia em 1939. Aquela fronteira de pau era afinal só de papel e até chegar às gargantas e penetrar no sexo do país foi em menos dum grito. É verdade que a dor acordou a vizinhança, mas fartei-me de gozar com o lança-chamas.
Hoje faço o mesmo no Líbano e marimbo-me para os velhos, para as crianças e para as mulheres. Não me importo se sou judeu e se o meu povo devia ter memória e ser o último a fazer o que faz. Não me importo... sou humano e tanto me faz! Gosto de violar!

1 comentário:

perdida em Faro disse...

Acima de tudo muito verdadeiro, tristemente verdadeiro.