digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, agosto 13, 2006

Sol no rosto

Não há floresta que me cubra o Sol nem ribeiro tão fresco para matar-me a sede. A minha casa faz-se de vento e com troncos faço cama e espelhos. Visto-me de sombras e nas penumbras escondo as vergonhas. Não tenho medo de lobos e as giestas guardam-me as infâncias de todos os dias e alguns coelhos. O mundo é a minha casa toda e nas serranias mais altas grito para me ouvirem as loucuras. Sou feliz nos desatinos solitários e também quando vem a Primavera ou se engana o Verão com um dia de chuva. Solto poeira com os pés e confundo a Lua não lhe chamando nome nenhum aos quartos. Ignoro a rotina dos despertares e deito-me quando apetece deitar. Não há caminho que me imponha um destino nem floresta que me cubra o Sol.

6 comentários:

Anónimo disse...

Que saudades que eu tinha de ler bem...quem escreve bem ;)

calvin disse...

Lindo!

moonlover disse...

...e o prémio Nobel vai para....o infotocopiavel, Parabens ;)

João Barbosa disse...

Obrigado :-) beijinhos

perdida em Faro disse...

A tua casa e o teu mundo são lindos. Obrigada por partilhares estes pedaços de beleza comnosco.

Anónimo disse...

'A minha casa faz-se de vento', 'Visto-me de sombras e nas penumbras escondo as vergonhas', 'Não tenho medo de lobos e as giestas guardam-me as infâncias de todos os dias e alguns coelhos', 'Não há caminho que me imponha um destino nem floresta que me cubra o Sol' -Bolas... lindíssimo, João!