digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, agosto 06, 2006

Quotidiano

Não sei o que te diga, mas quando chego a casa estou cansado e não me apetece cozinhar e ainda menos preocupar-me com as contas para pagar e ainda menos ouvir-te nas preocupações do dia-a-dia e menos ainda saber dos problemas dos miúdos na escola e ainda menos ouvi-los a brincar ou a correr ou a gritar ou saber como lhes correu o dia na escola. Não sei o que te diga, mas quando chego a casa não quero ajudar-te em nada nem fazer o trabalho por ti, quero apenas descansar e estar só. Será isso egoismo, será. Não quero saber.
Quero olhar para os meus quadros e ler os livros, ser solteiro, masturbar-me enquanto vejo televisão e ver indiferente, como se fosse um filme, a violência noticiada.
Quando me deito não quero fazer amor, quanto muito quero-te e quererei fazer sexo. Depois terei de dormir para no dia seguinte, pela manhã, poder ser um bom pai e bom marido.

1 comentário:

Anónimo disse...

Que descrição tão crua e tão real, de quem sofre com o rotineiro quotidiano...Fantástico João !!!