digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, agosto 11, 2006

Diálogo íntimo sobre a penitência

Se soubesse que uma penitência resolvia o dilema... Ainda assim estou capaz de me penitenciar, pelo espectáculo da humilhação pública e do prazer do sofrimento.
Não sei o que Deus ganha com a dor. Não sei quais as vantagens do negócio dos padecimentos para qualquer das partes, mas ainda menos para o divino e seus santos ajudantes. Não peço favores a Maria e ainda menos lhe ofereço martírios para troca. Para que quereria ela o sangue dos meus joelhos? Que melhoria íntima teria eu em ir em paixão desventurada até a um santuário se o que queria era uma mundanidade ou um capricho?
Não sei de ti. Só quero saber se a tua fé é verdadeira. Mas com verdade te digo, que a paz não se compra e não podes negociar a felicidade, a vida, a morte e a saúde. Com verdade te digo que se a tua dor voluntária te ajudasse terias um Deus sádico e mau, a quem pouco importaria o teu esforço. Porém, não acredito em tal e com verdade te digo que a penitência de nada serve.
Se queres penitenciar-te, se o queres fazer com verdade, fá-lo todos os dias. Não com qualquer sofrimento que te impões, mas com resignação e acções benignas. Arrepende-te das más palavras e dos gestos errados, confessa-te à consciência e abstem-te de fazer o mal, que já é penitência bastante.

2 comentários:

Anónimo disse...

Vou oferecer-te um chá de poejo.

Anónimo disse...

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