digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, julho 04, 2006

Crustáceo escritor

A Ana vem do Algarve. Vem do verbo vir, embora quando me visite não saia de casa e possa estar confortável, talvez descalsa, sem receios. Vem do verbo vir ajuda a dizer, mas não é uma verdade.
A Ana tem um jeito muito doce de juntar as palavras, mesmo quando apenas comenta um texto. Quando a leio (todos os dias lhe espreito o blog) fico com a sensação de que é uma mocinha bonita e sensível. Quando escrevo bonita desenho um sorriso generoso e um olhar compreensivo. Alinho estas palavras, porque já há algum tempo que leio as delas na praia deserta e mais os recadinhos no meu blog. Afirmo bonita, porque às vezes as frases parecem quase partir-se a chorar da sensibilidade que têm: no outro dia escreveu um texto tão íntimo, quase erótico que nenhum leitor ousou comentar. Talvez fosse fantasia, mas era tão tocante que ninguém rabiscou uma linha até ela pedir para o fazerem. Não tive coragem.
Garanto bonita, porque uma sensibilidade assim na ponta dos dedos deve calar muitas palavras e articular bem umas outras. Sei bonita, porque aquela sensibilidade demonstra inteligência e se ninguém é belo parecendo estúpido, então alguém clarividente tem de ser sublime.
A Ana mostrou-me já mais gente e trouxe-me amigos. Tenho a certeza que nenhum me vai desmentir as afirmações. Não o irão fazer por amizade, mas por ser absolutamente verdade o que escrevi.

Nota: Este texto é dedicado à Ana Fonseca que vai fazer anos por estes dias e talvez adopte um gato.

8 comentários:

Anónimo disse...

Também eu sou visita assidua dessa bonita praia deserta, concordo em tudo com a tua opinião, a Ana é LINDA ;). Gosto muito da forma das suas palavras, umas vezes sensíveis, outras vezes duras e cruas, com que ela nos apraz na leitura. Beijos Ana

perdida em Faro disse...

Muito bem descrito. De certeza de que não conheces a Ana?

João Barbosa disse...

não a conheço, não

Folha de alface disse...

Pois eu, p além de ser um vegetal, tb me incluo no grupo dos crustáceos. (escritora amadora por vocação e passatempo)

Ana Fonseca disse...

Bem... Que dizer?
Que surpresa tão boa, João! E que elogios tão queridos! Há por aqui uma lágrima marota a espreitar! Emocionaste-me! Não me sai mais nada que um grande "Obrigada!"
E obrigada também à Gi e à Tânia (que é minha amiga e a única que me conhece fora destas bandas!). Vou continuando...
Obrigada! :)

Anónimo disse...

:))) Consegues sempre descrever o que sentes de uma forma que me encanta. Talvez porque basta tocares ao de leve num vinho, ou apenas cheirá-lo, para saberes de é bom, de onde vem, que frutas traz na bagagem, que corpo dá para que se desfrute. Fico à espera de 'conhecer' o gato que a Ana ainda não tem mas que deseja ter :)

João Barbosa disse...

:-)

Sílvia Antunes disse...

descobri esta página por acaso, e estou a gostar de te ler.
tomei a liberdade de te adicionar nos links na minha página
http://www.silviaantunes.com

voltarei com mais tempo.
ciao