digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, junho 25, 2006

O meu quarto com azul

Como uma pantera avanças em silêncio e, antes dum gesto meu, estou beijado. Esticada na cama finges-te nua, mas está vestida de pele. Sais com ela para caçar. Onde vais levas a pele à mostra, à fresca. Como um vampiro invertido: esperas que te mordam. Enganas, és um isco e o predador. Entras silenciosa pelo quarto e mesmo que durma, tocas-me onde me excitas e faze-me vir contigo. Comes-me com beijos-mordidos. Quero ser mau, acabo arranhado e sempre rendido. Nem por um momento mando na minha cama. Só não sei como ainda não pintei uma parede ou o tecto de azul como me ordenaste. Onde encontro eu força para te resistir. Devo gostar de sofrer!...

11 comentários:

Anónimo disse...

Porquê tanta importância dada ao azul? Não é um facto relativo quando dois corpos se entrelaçam sucessivamente, em busca de um clímax memorável?
É a carne que no seduz. É a carne que nos revolve a mente e nos põe em sentido. Se não é tudo, o sexo é, pelo menos, quase tudo. É pena o ser humano esquecer, tantas e tantas vezes, a sua verdadeira origem. A nossa essência está-nos nos genes. Somos animais. Estamos programados para procriar. Fazer amor ou foder, consoante a ocasião e o parceiro ou parceira.
O resto? O resto é acessório. E o azul está incluído.

perdida em Faro disse...

Não concordo com tudo sr.anónimo.
Mesmo numa noite/tarde/manhã em que o objectivo é "apenas" o climax memorável, há azuis, cheiros e toques, sons musicais e bebidas, sabores etc...que são acessórios indispensáveis. Senão, será só a busca por mais um clímax.

Anónimo disse...

A essência do próprio acto exige e absorve toda a nossa concentração disponível. As outras coisas (azuis, cheiros e toques, son musicais e bebidas, sabores...) vêm por acréscimo e também podem ser apreciadas noutros momentos que não os do acto sexual. Quero com isto dizer que carne é carne e peixe é peixe. Faz sentido falarmos de uma receita de cabrito assado no forno em que seja preciso filetes de peixe?! Parece-me que não...

João Barbosa disse...

nisto, acho que cada um tem mesmo a sua opinião e pensa por si. Julgo que duas pessoas podem a esse respeito pensarem de modo oposto de darem-se bem na cama ou pensarem e agirem de modo idêntico e não resultar.
Quanto ao azul... é apenas uma metáfora e elo de ligação com a foto, nada mais...

Anónimo disse...

Das tuas palavras, JB, deduzo portanto que (não obstante as divergências em causa) a minha relação com a TP poderia ser uma coisa bombástica. Alguma recomendação?

João Barbosa disse...

não. nessas coisas só quem está é que sabe. o que é a 2 só a 2 diz respeito...

perdida em Faro disse...

Recuso-me a responder à provocação e já o faço...a forma da escrita lembra-me o teu amigo Turco e ele anda desaperecido deste espeço já há uns dias. Mas também me lembra o meu amigo Marco Teixeira...é o problema dos anónimos...deixam o pessoal intrigado.!!

Anónimo disse...

Tudo menos Turco, por favor. Não me chamem aquilo que não sou. Sou apenas um estranho e desconhecido, atraído pelas palavras do JB e pela sabedoria da TP (que ousou tecer comentários acerca da minha opinião). Não quis ser provocante. Apenas entrar por um caminho desconhecido...

Anónimo disse...

Tinha dito ao meu amigo JB que aqui não escrevia por razões que para aqui não vou chamar. Sou anónimo mas debaixo de um pseudónimo que os meus amigos conhecem. Não escrevo como anónimo.
Não preciso de me esconder perante o João. Até porque ele descobria.

João Barbosa disse...

bem sei, amigo Turco,bem sei.
GRANDE ABRAÇO para ti

Anónimo disse...

Espectacular, João querido! :) Eu gosto do teu azul sempre presente.