digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, junho 25, 2006

Aquele primeiro carro

O meu primeiro carro foi um Renault 5 cinzento metalizado, da segunda série. Bem, o primeiro foi um Volkswagen carocha 1500 que o meu pai me deu, mas consegui convence-lo de que não tinha bolsos para o abastecer de gasolina. O meu pai não percebe nada de carros!
O meu primeiro carro foi um Renault 5 cinzento metalizado, da segunda série. Foi engraçado, porque a minha namorada tinha um Renault 5 cinzento metalizado, mas do modelo anterior. O dela ficou «Carlos Alberto», por causa das letras da matrícula, o meu «Joana», em homenagem aos livros de Hergé das aventuras de «Joana, João e o macaco Simão». Eu sou o João, o carro era a Joana e o macaco Simão o pendura que ia ao lado. Nesta estória excluía-se a namorada... ela não achava graça à gracinha.
Foi uma época gira, aquela do carro. No espaço de poucos dias, talvez uma semana, consegui um carro, um belo emprego e uma namorada. O ano de 1993 entrou fabulosamente! Se fosse Vinho do Porto tinha declarado Vintage!
Não sei em qual dos Renaults 5 demos o primeiro beijo, mas sei que as viaturas valeram belos momentos. O dela era uma chasso! À época eu vivia com os meus pais, por isso o pára-brisas foi a janela do meu quarto para o mundo, onde a abracei, comecei e aprendi a amar.
Depois, a «Joana» começou a dar cada vez mais despesas e aflições: pneus, suspenções, amortecedores, bateria, travões e contratempos a desoras. Chegou um dia em que triste tive de me desfazer dela. Comprei a «Gigi», que nunca me encantou como a viatura anterior e que acabei por a vender depois de ter dado uma cambalhota com ela, quando um camião TIR a beijou na estrada. Hoje tenho a «Sílvia» e gosto muito dela! Por mim, hei-de tê-la até ser muito velhinha, porque os carros são bens de consumo moderado e duradouro, não montras de vaidade e exibição. Gosto muito da «Sílvia», mas tenho saudades da «Joana»!

8 comentários:

perdida em Faro disse...

O meu é o Eça de Queirós. EQ de matrícula, opel corsa de marca e é o Meu primeiro carro...também gosto dele apesar de me custar ter afecto por uma coisa que pului,por uma coisa que é uma coisa, enfim, mas sim já tive muitas aventuras com ele e de mim para ti João: já tive que escolher entre muita coisa no meu carro...Bom domingo!

João Barbosa disse...

matrícula EQ? já é velhote!... dá-lhe bom uso e guia com cuidado.
beijinhos e bom domingo.

Anónimo disse...

Os carros são como os homens: é usar e deitar fora. A pouco e pouco, as peças gastam-se. Em ambos.
Ora são os pneus, ora é o escape, ora é a impotência.
Os carros são como os homens: precisam de afinação constante. Precisam que alguém ande sempre em cima dele. De ambos.
Os carros são como os homens: quando pensam que valem muito, não valem é nada. Vai-se a ver e já o valor de mercado os deitou abaixo. A ambos.

João Barbosa disse...

vou anotar o aforismo pouco abonatório para os homens. mas deixa estar, há por aí muita mulher que também não vale grande coisa...
bom domingo

Anónimo disse...

Ou seja: assim como há homens que não valem grande coisa, também há mulheres que idem, idem, aspas, aspas. A questão é: não se pode emparelhá-los todos? É que assim estragavam-se menos do dobro das casas.

João Barbosa disse...

:-)

Folha de alface disse...

o 1º "amor" n se esquece...

Anónimo disse...

Recordaste-me uma tarde em que, a ouvirmos o último CD dos Ena Pá 2000 na tua 'Sílvia', me contaste sobre os nomes que davas aos teus carros :)