O ataque da surpresa às vezes é um sufoco outras um festival de flores sem cheiro. Conheço o sabor das memórias. Tenho medo. Atrás duma doce palavra podem esconder-se adagas cortantes e o ardor da ferida jovem.
Li entre o teus papéis que encontraste um vestido. Já nem te lembravas dele nos dias corridos. Vieram-te os prantos e os gestos e os gracejos de há dez anos quando o reencontraste. Quantas coisas bonitas fizeste com ele e quantos corações destroçaste? Também importa! Quanto tempo passa e de que são feitas as recordações? Não têm a espessura do fumo e na maior parte do tempo nem as sentimos presentes.
Encontraste um vestidos e despiste uma parte de ti à frente de toda a gente. Trocaste emoções por palavras e tocaste-me num nervo pequenino. Tenho saudades de ti, mesmo não te conhecendo.
6 comentários:
Apesar de chamares de desconhecida, cheira-me que sabes quem é?
não sei, não
Peço desculpa pela confusão. Pensei tratar-de de outra bailarina a pequena a quem dedicaste o texto.
fiquei sem palavras...
(e não é coisa que me aconteça muitas vezes:))
obrigada
t&v
Momento de perfeição...muito lindo e muito obrigada pelo sentimento. Dancei quando era mais nova e cada vez que finjo ser por acaso que abro aquela gaveta onde sei que estão as minhas coisas de bailarina criança, não me toca só num nervo. Toca-me este músculo todo chamado coração. Pode não ter nada a ver mas fez sentido e sentimento para mim.
Bolas, João, que texto fantástico...
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