A Lupi era o meu cão. Era o meu cão, apesar de ser uma cadela e não ser minha. Tinha tudo o que se pede a um cão e era mais inteligente do que muitas pessoas que conheço. Não vale a pena cinismos nem franzires de sobrolhos a contestar a afirmação da superioridade intelectual dum cão face a elementos da espécie humana. Se fôr necessário grito, para ter mais razão, que alguns canis familiaris são profundamente mais inteligentes e sociáveis do que muitos homo sapiens sapiens. E não são só canis familiaris; a verdade é extensível a felis silvestris e alguns outros mammalia. Alguns humanos são tão estúpidos quanto as ovelhas (ovis aries).
A Lupi era o meu cão. Era o meu cão, apesar de ser uma cadela e não ser minha. Ao que se sabe, os cães organizam-se em matilha, como os lobos em alcateia, e, tal como os seus parentes, manda em todos um macho alfa. Pois no grupo da Lupi quem mandava era ela; era quem ladrava mais alto, mais grosso e por último. Era uma pastrora-alemã e impunha o respeito aos restantes canídeos. Eu era miúdo e comigo era doce, meiga, tolerante e brincalhona. Já escrevi que era uma das cadelas mais inteligentes à face da Terra? Era mesmo! Não tenho de provar nada, e por isso nem explico por que afirmo isto.
Sempre gostei muito mais de cães do que de gatos. Aliás, quase ignorei os gatos... eles estavam ali e eu aqui. Raramente um felídeo veio para o meu colo ronronar. Reconhecia a beleza e a agilidade, apreciava a ternura quando a davam, mas não ligava muito. Esta temperatura morna durou até conhecer melhor a Ginja e a Enê... que me convenceram dos encantos e insinuaram segredos. Dei um pulo de gato! Devorei uns livros de gaticultura e decidi ser pai de duas felis silvestris criteriosamente escolhidas. Já têm dois anos e continuo babado e não passo um dia que não me ria com os disparates e ternurices das ditas. O gato é o único animal domesticado que não é servo do ser humano. E isso dá-lhe uma grande dignidade. Os gatos estão connosco porque querem. É bom sabe-lo. Julgo... acho... espero... sei que as minhas são felizes comigo. Sou feliz com elas.
Já com o género humano sou um pouco mais desastrado, mas isso não vem a propósito... Aliás, a espécie humana na idade adulta não se dá para adopção. Porque se desse... Eu queria ser adoptado pela Paris Hilton... ou assim...
Nota: Este texto é dedicado à Alfacinha, que deixou escrito no meu blog que vai adoptar um gato, à Isabel Colher e suas gatas e à prima Carolina que me emprestava a Lupi e a deixava ser minha.
5 comentários:
Voltei! Eu tenho 2 cadelas lindas e super divertidas, as duas foram adoptadas, portanto são daquela raça "dog street" conhecem? São as minhas rafeirinhas lindas, uma é grande, brincalhona e muito meiga, a outra é de porte pequeno, muito bonita, mas tem uma personalidade forte "tipo gato", só recebe festas quando ela decide, são o máximo...são as minhas princesas. Adoro chegar a casa e ver os saltos de alegria com que elas me recebem. ;)
Fiquei deliciada :))) Quem te conhece, sabe o cuidado e a ternura que tens com as tuas gatinhas :) E uma das minhas cadelas, a Ginja, deve o nome a ti, que me falaste sobre as duas gatas da tua amiga :) Beijos.
bem, já q o post é em parte dedicado a mim, só tenho q agradecer :)
por falar em animais, tb na minha infancia tive a "laica", uma cadela q até p atravessar a estrada parava e olhava p um lado e p o outro da estrada, parecia q me entendia e me adivinhava o estado d espirito. qto a adoptar um gato, n sei, sou mais uma pessoa d cães, apesar d admirar a beleza e raça dos felinos
Mudei de casa este mês, e decidi, em conjunto com a minha colega de casa, que vamos adoptar uma gatinha! Que engraçado encontrar por aqui um post acerca de gatos numa altura em que tenho falado tanto sobre isso!
Quanto a cães... não gosto e tenho um medo terrível!
Sou mais de gatos, sem dúvida!
Enviar um comentário