Andar a brincar ao xadrez. Saltar as casas brancas. Saltar as casas pretas. Como-te a torre, ameaças-me com o cavalo ou com o bispo. - Xeque!
- Ai!... Que me morro... Ai! Que me matas! Quem és tu?
Andar a brincar ao xadrez e largar enigmas num tabuleiro de ébano e marfim à espera de decifração é um jogo maldoso. Quem és tu?
- Xeque!
- Mas não é mate. Tenho escapatória. Não sei se quero. Quero saber. Diz-me. Diz-me quem és. Deixa mais um recado no tabuleiro. Queres que jogue o teu jogo e eu jogo. Jogo, embora deteste charadas. Faço-te essa vontade, porque este meu lugar é público. Aqui dou-me. Se sou de todos, sou de ti também. Vamos jogar. Diz-me quem és.
- Xeque.
- Fujo com o Rei e posso ainda tapá-lo com muitas pedras. É esse o meu segredo. Nem tudo o que se vê no meu tabuleiro é meu e nem é o meu jogo. Xeque, dizes tu. Não estou a jogar xadrez. Jogo poker. Vá, jogo o teu jogo: diz-me quem és.
3 comentários:
Xadrez é o jogo dos loucos!
Sentados frente a frente e mesmo assim não conseguem dizer nada um ao outro!
Xadrez jogo da solidão, pois no meio de reis rainhas torres cavalos e uma série de outras personagens, das nossas vidas.
Xeque a quem? Escapar de quem? De ti mesmo? De mim?
está bem. não vou jogar mais às charadas.
Joga!
A vida é um jogo!
Não desistas e não entregues o Rei dessa maneira!
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