Cristo subiu ao Céu numa quinta-feira. Foi numa quinta-feira dum ano incerto. Foi há muito tempo, anteontem. Todos os anos, muitos que não fazem nada por se melhorarem dizem palavras em nome do Cristo e batem com a mão no peito: vão à missa, comungam, celebram o Natal e até jejuam. Todos os anos acontece a evocação, sempre num dia diferente, porque o importante é o simbólico da Ressurreição. Não acredito nesse momento-acção, mas aceito que quem a quer e tem por certa. Custa-me é que se diga com os lábios o que se não entende com a alma, não se sente com o coração nem se faz com as mãos.
A Quinta-Feira de Espiga é hoje... uns tantos dias depois da Páscoa... e melhor seria se fosse Quinta-Feira Despida. Despida de falsidades e rituais, despida de festas e folclores, despedida de repetições e versos, despida de ignorâncias e cegueiras, despida de preconceitos e artimanhas. Queria uma Quinta-Feira de Natal onde coubesse a caridade e a amizade, onde houvesse um verbo chamado solidariedade e todas as pessoas se conjugassem auxiliadas com amor. Que Quinta-Feira de Espiga seja Despida como um nu carente e esse precisado fosse coberto, limpo e alimentado, porque é Natal.
Nota: Muitas destas críticas faço-as para mim, porque desejo um mundo melhor, mas faço parte da imperfeição e dos cegos-indiferentes.
1 comentário:
:)
beijinho
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