digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, maio 15, 2006

Que vitória foi essa?

Diz-me o que ganhaste com isso? Dum lado e do outro. Numa e noutra guerra. Em todas as guerras. Que estrondo fez a tua queda e quanto ou entesourou o vencedor com o sangue de tanta gente. Diz-me o que ganhaste com isso? Estás mais feliz com quem mataste a pesarem-te nas costas e diante dos olhos? Quanto vale uma bala, o que vale uma vida e o que significa um cigarro pró soldado? Doeu-te o tiro que levaste e cansaram-te as pernas e o sono? Sentiste perder a tua razão por teres perdido a guerra? Valeu a pena lutar? Se ganhaste não mudaste a cabeça de quem perdeu, dobraste e partiste, mas não mudaste a cabeça. Não sei se importa a justeza da luta quando se mata. Dum lado e do outro. Diz-me o que ganhaste com isso?

2 comentários:

Anónimo disse...

Excelente e com vários sentidos...fantástico!

Anónimo disse...

talvez ganhou a lucidez, já que a loucura é a negação da realidade