digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, maio 25, 2006

A bandeira do falso sonho na cidade depois do pesadelo

Quando pensava em liberdade trouxeste pesadelo. Em vez dum beijo mordeste com traição. Aos sinistros passos sucederam sinistros passos. Aquele desejo de Paraíso era afinal o Inferno e a sua morte trouxe uma loucura doentia. Medicaste remédios tão louçãos que matavam aos bocadinhos... cortaste durante anos fatias finas de carne e de pele como quem prometia beijinhos. Dizias que era o melhor enquanto queimavas os olhos, ainda assim não percebesses quando todos continuaram a ver. Ainda hoje não percebes que o comunismo morreu e não presta o que dizes... e não presta o que sempre disseste, que é veneno mal-cheiroso e com sabor a merda.
Como eram bonitos os teus olhos quando prometiam liberdade e como eram vermelhas de sangue as tuas mãos depois de fazerem o que faziam todos os dias! Como estavam cheias de povo as tuas palavras e como o trincavas quando te desobedecia!
Como foste engano... mentira doentia, fedor nojento e vómito imundo! E houve quem desfraldasse a tua bandeira nas praças e ruas das cidades livres!... Tantos enganos!... Mentistes mais a quem iludiste liberdade!

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