digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, abril 25, 2006

Viena

Lembro-me de Viena. Gostei do frio que lá passei. A pedra de Viena tem palavras guardadas e outras que vai soltando todos os dias. A cidade faz-se nova mesmo junto ao velho e o velho vê-se ao espelho. O velho gosta de se ver. Viena não teme as rugas nem os espelhos. Gostei de usar um sobretudo cinzento e pesado em Viena. Estava muito frio nas vezes que lá fui. Os chocolates são deliciosos e os cafés requintados. Pensar no cerco turco faz confusão, mas dá mais que pensar a barbárie que entrou e viveu dentro de muros, dentro de portas, dentro das pessoas... há menos de um século.
Lembro-me de Viena. A pedra, as fachadas, os jardins, a neve, os chocolates, o café, a música, os palácios, as pessoas, as salsichas, os eléctricos, os prédios novos e as coisas velhas. Se eu pudesse sem quem lá levava. Não posso contar. Ai Viena!

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