digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, abril 12, 2006

Tomado

Tenho o coração tomado e não tenho coragem de lhe perguntar se está ferido. Nem ouso. Nem ouso perguntar quem o fez para não ouvir a resposta que tem para me dizer, porque sei. Nem ouso ouvir. Tenho o coração tomado e por isso o olhar é lento e é triste a expressão do meu rosto. É melancólico o meu cabelo e negras as minhas vestes. Mas tudo dentro de mim vai asinha, tão asinha que nem o coração sente o sangue que por ele passa.
Tenho o coração tomado e por fora todo eu sou lentidão, mas por dentro tudo me vai rápido, tão rápido que nem chego a sentir a dor que me faz tão lento e põe os olhos em baixo. Tenho o coração tomado e ela não sabe e de meus lábios jamais ouvirá o seu nome ou palavras doces, porque é secreto o meu sentir. Tenho o coração tomado e quem mo tomou não sabe que é senhora de mim.

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