digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, abril 12, 2006

Preciso

Preciso duma janela e que ma abram. Uma rajada de vento que levante os papéis e traga pó aos móveis. É precisa desarrumação.
Se viesse vento por aqui a dentro levar esta dor de cabeça, fechada e quente, seria tão mais feliz!... Não importa a vista que traria, só o ar.
Preciso duma janela e que ma abram, uma rajada de vento a levantar as ideias e os cabelos, a causar arrepios ligeiros. Preciso duma janela com vento para levar-me para longe os amores antigos e trazer-me outros novos e desconhecidos. Novos cheiros e talvez sabor. Só peço que não leve aquele sabor a sal e traga mais algum do paladar do mar.
Preciso duma janela aberta cheia de vento e de luz, não importa a vista que traria, só o ar e as minhas ideias a voar.

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