digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, abril 21, 2006

Sobressalto

Durmo em sobressalto. Às vezes salto da cama. Na vida nunca acontece o pesadelo. Tenho pesadelos. Inquietude: acordo a suar. Desatino. Histeria. Desassossego. Medo... ou pânico. Durmo em sobressalto. Mas em belo. Chega a ser belo. Ela ainda está dentro de mim. Ainda dorme comigo. Inquietude: acordo a gritar. Tenho pesadelos. Ela ainda está cá dentro. Ela ainda amarrota os lençóis. A cama ainda está quente quando me volto. A cama está ocupada. A cama está ocupada. Está sempre ocupada. Ela está dentro de mim: na minha cabeça e nas entranhas. Acordo suado e tento vomita-la. Tenho pesadelos. Tenho pesadelos eróticos. Ela é um vulcão na cama. Ela faz-me explodir. Ainda hoje. Sempre no sono. Quando durmo. Some-se quando acordo. Durmo em sobressalto. Ela é um fantasma que entra em mim e abusa-me. Inquietude em superlativo: acordo a falar. Ela é um vulcão na cama. Ela vai-se quando acordo. Nunca está quando acordado. Só aparece quando durmo. Só me abusa quando durmo. Viola-me. Fazemos sexo. Fazemos amor. Fazemo-lo muitas vezes... e repetidamente. Tenho pesadelos eróticos.

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