digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, abril 19, 2006

Sabedorias

Ouvi dizer a um velho que a sua geração era riquíssima, porque assistiu a tudo. Viu tudo e aprendeu a ter esperança em tudo, na ciência. Todos os males terão uma cura que a ciência descobrirá a tempo.
Ouvi dizer a esse velho que a sua geração era feliz, porque assistiu a tudo, desde a rádio à descoberta do genoma humano... A sua geração passou o tempo a espantar-se com tudo. Até se boqueabriu quando viu um corta-unhas.
Não ouvi um outro velho, mais velho que esse velho, dizer que a minha geração é que tem sorte e é mais feliz, porque está a ver perder aquilo que herdou.
Não quero o passado dos outros. É só mudança e é disso que se faz o tempo, o mundo e o modo. Deixem a minha geração viver.

1 comentário:

Anónimo disse...

Já tinha saudades, destes textos simples de prosa solta. Excelente desabafo.