digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.
sábado, abril 29, 2006
Regresso ao ventre
Quero voltar ao ventre da mãe. Quero o calor, a protecção e o aconchego anichado. Quero ser o óvulo acabado de fecundar e o quase nascente. Não antes nem depois. Sem memória anterior nem experiência seguinte. Quero ser o antes da brincadeira, dos amigos, da escola, das correrias, das aventuras, das namoradas e dos corações partidos. Quero ser apenas ouvinte do seu coração e comer o que ela come. Quero rir-me com ela e nunca a ouvir chorar. Quero senti-la no seu sangue por dentro de mim. Quero a protecção do castelo de carne frágil. Quero o seu calor e doçura. Não quero ser cá fora nem viver sem que o meu corpo seja outro que não o dela. Quero voltar para bem fundo do ventre de minha mãe.
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