digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, abril 27, 2006

Planeta Zero

Vivo nu no planeta Zero, um corpo celeste sem luz própria nem forma definida. Vivo nu, porque vivo sozinho. Aqui nunca está frio nem está calor. Isto é um aborrecimento. Faltas cá tu para dar vida a isto e complicares as coisas com as coisas da vida e as coisas da vida de casal. Gostava de ti aqui e de jantar romanticamente e de jantar apenas e até de discutir. No planeta Zero não se discute, nem sequer há uma forma definida para se discutir. Se aqui estivesses poderiamos discutir sobre onde jantar, o que jantar ou sobre as tarefas. Se aqui estivesses poderiamos fazer cenas de ciúmes, ainda que não houvesse mais ninguém. Estou cansado do planeta Zero, muito embora não se viva mal... nem bem. Fazes cá falta para desarrumar as coisas, os satélites, as vistas, a forma indefinida. Fazes cá falta para fazer trânsito, para criar confusão, para discutir. Fazes cá falta, porque tenho-te amor e estou sozinho. Fazes-me muita falta.

3 comentários:

Anónimo disse...

muda de planeta... não te está a fazer bem

João Barbosa disse...

isto é fantsia

Anónimo disse...

estás a fazer (muita) falta também a alguém... talvez a ti próprio...
saudades de ti... do teu sorriso, da tua alegria... da paixão que fazia arder os dias... do amor que dá sentido à vida!
estás a fazer-te tanta falta meu amigo!
se fosses amante de ti, hoje farias amor contigo e repousarias a cabeça no teu próprio peito... e então... sentir-te-ias menos só, dormirias a teu lado, quente, aconchegado nos teus próprios braços que te abraçam... tão amado, tu és!

fica bem!
tem um bom fim-de-semana!