digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, abril 13, 2006

Insensatos

Há poetas à solta na net e outros pedintes de afectos. Há voyeurs e gourmets, há penduras e extraterrestres. Gosto da fauna estranha!
Os poetas escrevem poesias e uma rapariga de olhos lindos tem palavras ilimitadas. Os pequeninos fazem pequenices e os pedintes pedem afectos do seu tamanho. Os voyeurs só espreitam e mal se ouve a sua respiração do outro lado da tela, do outro lado da net. Há gourmets a provar nacos de carne deliciosa e vinhos aprimorados. Dos penduras nada digo, pois são os menos estranhos e nada têm de interessante, limitam-se a deixar marcas... marcas de solitários narcisos. Extraterrestres nunca vi, mas sei que os há por aí!
Há poetas há solta na net. Ah, insensatos poetas! Têm palavras doces e palavras bravas... Às vezes tonturas breves e outros desvarios infelizes.
Há poetas que têm as suas mãos nos seios de alguém. Há poetisas que desejam mãos nos seus seios. Há orgias de poetas. E orgias só de palavras. Ah, insensatos poetas!
Há músicos na net... a seu modo também são poetas... são artistas... todos os artistas foram criados com muito amor ou com muita falta dele. O muito faz parte deles. Ah, insensatos que andam pela net de feridas à mostra e não se importam... e andam à solta como lobos famintos por poemas...

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