Às vezes mordo. Como um Dragão de Komodo transmito a morte na pessonha da minha boca. Às vezes mato com aquilo que digo. No mínimo firo. São setas, são dardos, são tiros, são morteiros, são torpedos, são mísseis balísticos, são o mais mortal que há. Depende, são só palavras. Quanto mais próximo, mais mortal. Às vezes mordo como um Dragão de Komodo e a minha pessonha mata dolorosamente.
Às vezes mordem-me. Como um Dragão de Komodo. A carne incha e fica da cor da inveja antes de estar morta. Depois alastra pelo sangue e toda ela vai morrendo. No mínimo têm de me cortar um pedaço para que o resto sobreviva. Depois a custo e com muita dor volto a crescer. Dói muito: a dentada, a carne arrancada e o senti-la a crescer. Às vezes mordem-me como um Dragão de Komodo.
Às vezes mordo sem querer. Como um Dragão de Komodo. Às vezes mordem-me sem querer. Como um Dragão de Komodo. A pessonha entra no sangue e apodrece a carne. Mata num instante que parece longo. Dói muito. A pessonha mata. Mesmo sem querer. A dentada do Dragão de Komodo mata.
Sem comentários:
Enviar um comentário