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O príncipe veste um manto de veludo. É um agasalho para a noite invernosa que perpassa as paredes de pedra gris. O luar, sabe-se, não aquece e a fraca luz das velas dá um calor murcho. O príncipe sob o manto tem mais veludo, todo ele é gravidade e negro. Não é negrum de morte, mas gala e pompa e soberba. E quando sobe à torre para arejar o peito depois do farto jartar fica mais nobre e altivo por o seu negro de veludo combinar com a escuridão da noite. A Lua, se aparece, pode ser a gema encantada, se se esconder, as estrelas milhentas são milhentos diamantes reluzentes em redor do senhor, como se este fosse o Criador. Quase não sorri, o grave príncipe. Quando morrer terá uma lenda. O povo chamar-lhe-á de corvo... animal de respeito e siso.
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