digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, março 31, 2006

Faltava

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Faltava aqui um pouco de azul. Falta ainda. E vai faltar sempre. O azul nunca sobra, nunca enjoa. Azul! Azul! Azul! Sempre muito azul! Muitos azuis, muitos tons, muitas formas, muitas ilusões de azul. Mesclas de azul como se fossem ovos mexidos. Só se lhe pode juntar um pouco de branco ou de preto... talvez outras cores em doses mínimas. Sempre em doses diversas, para que seja díspar o seu rosto. Nunca será a sua essência... essa é sempre azul, do marinho, ao esmeralda, ao prussiano, ao celeste. Já cá faltava azul e vai continuar a faltar. Falta sempre azul, que é a cor do abraço e do que nunca se abraça por completo... o infinito é azul. O suspiro é azul. A ânsia, o desejo, o choro e a alegria são azuis. Só os estúpidos pensam que o azul é triste. Só quem não percebe da alma canta triste uma melodia chamada azul... o fado não é azul, é castanho, é cinza ou grená. Já cá faltava azul. Vou estar mais atento para não me esquecer de pintar mais letras com a cor maior do alfabeto.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sempre disse que os melhores beijos são os azuis. Vejo que partilhas daquilo que sinto sobre o azul :) Um beijo enorme.