digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, março 30, 2006

De cima para o Reno

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Foi há tanto tempo. Foi ontem. Como um sonho. Foi a profanação. Estranheza, estranheza! Inquietação! O que aconteceu? Não sei se vi isto. Não sei se aconteceu. Não me lembro. Esta não é, não pode ser a minha Colónia! Quem fez isto? Por que fizeram isto a Colónia? Quem se salvou? Quem é culpado? Sei que nem sempre quem estraga é culpado... mas por que aconteceu isto? Por que aconteceu a razão para que isto acontecesse? O Reno passou ali ao lado... antes, durante e depois. Mesmo que tudo tenha sido um sonho ou um pesadelo real. Quantas dores lavou ninguém sabe. Com quantas lágrimas engordou ninguém sabe. Com quanto sangue e cinzas... é melhor nem escrever. Que certezas testemunharam os arcos-botantes, as ogivas e as rosáceas? Tantas tristeza diante de tamanha beleza! Estavas tão triste, ó linda!... Que tristeza de chorar, que silêncio de terror! Houve um grito abafado no susto deste instante. Por que não me lembro de ver isto em Colónia? De onde virá o arrepio? Será esta a minha inquietação?

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