digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, março 30, 2006

A cor do destino

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O destino não tem de ser negro! Pode bem ser escarlate. Essa é uma ironia que nem sempre percebemos, porque estamos demasiado próximos. Tantas vezes a dor que sentimos é das dentadas que damos e não das que levamos. Nunca vemos o nosso cadastro. O meu destino é da cor que eu quiser. Hoje pode ser amarelo, pois é já Primavera e eu não gosto nem do amarelo nem da Primavera. Está calor! Está frio! Está húmido! Toda a natureza está disparatada! Gosto do negro, mas não o quero no destino. Para o futuro, quero que o meu destino seja escarlate, que é cor de festa, de galanteio e de fausto. Mas quero ver muito azul em fundo e também o branco do mar a encaracolar-se na praia ou a fugir-se no céu. Não preciso de mais cores. Ao meu lado, no meu destino, todos os meus amigos. Todos e despenteados pelo vento feliz que vem com ideias frescas e luminosas. O que quero para mim quero também para os meus inimigos. Eles que tenham do mesmo, que sejam felizes, mas longe, para que não me aborreçam.

2 comentários:

Anónimo disse...

Maravilhoso!
Tens uma forma de escrever, que deixa uma paz e uma tranquilidade emotiva enorme.
Continua...passou a ser para mim uma leitura diária!

João Barbosa disse...

Pois é... Se V.Exa é quem eu penso que é... uma parte do que está aqui escrito foi escrito a pensar em si... e nas histórias que me contou. Ora pense lá um bocadinho e vai ver que tenho razão.
Se V.Exa não é quem eu penso que é... peço muita desculpa... é que não conheço nenhum Gil de carne e osso...